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nós Somos o mercado de trabalho

A Websérie “Nós somos o mercado de trabalho” é um projeto interdisciplinar dos alunos da quinta fase de jornalismo da Faculdade Ielusc, que busca fazer um retrato dos personagens que compõem a população economicamente ativa do país. Ao longo dos 12 episódios, são apresentadas diferentes perspectivas, sonhos e realidades de trabalhadores brasileiros. Além disso, a série  traz dados relacionados ao mercado de trabalho. O projeto foi realizado durante as disciplinas de Economia, Telejornalismo III e Jornalismo Digital II, no primeiro semestre de 2019.

eu Sou mais do que

minha força braçal

Ocupar cargos administrativos não é uma realidade para muitos negros. Ter uma graduação, cursar MBA e possuir a casa própria também não faz parte do cotidiano da população negra. Jonas Rasche, 21 anos, representa essa ínfima parcela da sociedade e vai contra os padrões regidos pela sociedade sobre quais lugares o negro deve ocupar. Para o analista em RH e também dançarino, sucesso está ligado à troca de saberes. 

 

Segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual da população negra e parda com idade a partir de 14 anos e registrada em empregos formais é de 53,1% no país. No Maranhão, os mesmos dados indicam apenas 32,2%, o menor percentual comparado a outras regiões do país. O nível de ocupação em 2017 se mostra maior entre brancos (56,6%), que entre negros e pardos (52,6%). Dos homens negros ou pardos, os que apresentam nível de ocupação maior estão com idade entre 30 e 49 anos. 

 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos em maio de 2016, disponibilizada no ebook “Perfil social, racial e de gêneros das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas”, negros comparados a brancos em cargos de supervisão estão em desvantagem. Confira ao lado:

Dado episódio 1

eu sou

um sONHADOR 

Edson Coelho, 61 anos, é morador de Joinville e trabalha como eletricista em uma empresa que presta serviços para escolas municipais e estaduais. Quando era mais jovem, começou a faculdade de Matemática na Univille (Universidade da Região de Joinville), mas parou. Recentemente, voltou a estudar à distância na Uniasselvi (Centro Universitário Leonardo Da Vinci). Apesar de não saber se um dia será professor, entende a necessidade de investir nos estudos, independente da idade.

Segundo o Ministério da Saúde, a população idosa do Brasil (60 anos ou mais) já era a quinta maior do mundo em 2016. A previsão para 2030 é de que o número de idosos no país ultrapasse o total de crianças entre zero e 14 anos. Uma das consequências dessa inversão na pirâmide social é a presença cada vez maior de pessoas com mais idade no mercado de trabalho e nas instituições de ensino. De acordo com o Censo-2016, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), das mais de oito milhões de pes­soas matriculadas em cursos de graduação, presenciais e a distân­cia, cerca de 24 mil têm idade su­perior ou igual a 60 anos.

Em relação ao mercado de trabalho, segundo dados do Índice Sodexo de Qualidade de Vida (IQVT), o bem-estar e a qualidade de vida no trabalho diminuíram em 2018. A pesquisa é feita através da análise de seis aspectos, e o índice geral de satisfação fechou com 6,21 pontos (em uma escala de zero a dez), o que representa uma queda de 4% em comparação ao ano de 2017 no que diz respeito à qualidade de vida no ambiente de trabalho, ou seja, os trabalhadores estão cada vez mais insatisfeitos. Os dados ao lado mostram a média de satisfação dos trabalhadores conforme os dados analisados. 
 

eu sou

mãe

Tainara de Borba, 23 anos, é a mãe da Ana Clara, 5 anos, e atualmente está em busca de trabalho. A rotina da jovem mãe, apesar de estar fora do mercado de trabalho, continua sendo acordar cedo. Às 6 horas, ela se levanta junto da pequena que se prepara, em meio a preguiça matinal, para mais um dia de escola. 

 

Quase 50% das mulheres que têm filhos ficam desempregadas um ano após o parto. Os dados são da pesquisa "Licença maternidade e suas consequências no mercado de trabalho", da Fundação Getúlio Vargas, de 2017. O relatório mostra ainda que 5% delas perdem o emprego a partir do quinto mês após o nascimento da criança. No sexto mês, este número sobe para 15% e, depois de um ano, fica em 48%.


O levantamento foi realizado com mais de 240 mil mulheres, com idades entre 25 e 35 anos, nos anos de 2009 a 2012. Além disso, a pesquisa ressalta que quanto menor a escolaridade da mulher, maior o desemprego.

eu sou

mãe

eu sou

JORNADA DUPLA 

Guilherme José Moraes, tem 30 anos e atua como professor há 10 anos. A rotina de Guilherme trata-se de uma dupla jornada de trabalho, na qual ele atua em duas escolas distintas. Guilherme também dá aulas particulares para complementar sua renda. A rotina do professor é semelhante a de vários outros brasileiros.

Segundo a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS), de 2013, cerca de 60% dos professores no Brasil trabalham em mais de uma escola para ter a renda necessária para se manter. Os dados mostram que o país é o pior no ranking de exclusividade de docentes. Isso acaba afetando de forma direta a qualidade do ensino público e privado. A pesquisa foi realizada em 34 países.

 

Conforme uma pesquisa feita em 2014 pelo Inep-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, professores da rede pública ganham cerca de 700 reais a mais do que professores da privada, exercendo a mesma carga horária.

eu sou apaixonado

pelo meu trabalho

Rodrigo Zini, 28 anos, construiu sua carreira na cozinha desde os 18 anos. Nessa idade, começou a trabalhar no restaurante de sua família, descobrindo assim seu amor pela gastronomia. Hoje, Rodrigo possui seu próprio negócio de pratos congelados e buffet para eventos, e se sente realizado com a carreira. 


O cozinheiro é — dentro do mercado de trabalho — uma das 91.449 mil pessoas que estão trabalhando. Além disso, está entre os 25,5% que possuem seu próprio empreendimento, segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) publicada em 2017. Outro dado da pesquisa indica que 16.952 mil trabalhadores possuem ensino superior, assim como Zini.

eu sou

meu chefe 

José Garcia Júnior, 24 anos, é autônomo e proprietário de uma  mecânica automotiva em Joinville. Júnior conta como a transição de funcionário para microempresário mudou sua vida. O autônomo explica as vantagens de trabalhar sozinho e como essa mudança trouxe uma dinâmica diferente no seu dia a dia. 

 

 

Assim como José Garcia, outros milhares de brasileiros também decidiram iniciar seu próprio negócio, isso é o que mostra os dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). De acordo com os números da pesquisa, realizada em 2016, aproximadamente 33% da população nacional trabalha de forma autônoma, deixando o país em 3° lugar na lista dos que mais possuem pessoas que atuam no mercado por conta própria.

Eu sou o retrato

do desemprego

Taionara Augustinho Alves Pereira, 25 anos, está desempregada há mais de um ano. Mãe de dois meninos — com idades de 1 e 7 anos —, a jovem está na luta para se inserir no mercado de trabalho.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do primeiro trimestre de 2019, 52,1% dos desempregados no Brasil são mulheres. Em uma busca aprofundada, o levantamento aponta que são mulheres negras ou pardas, com idade entre 25 e 39 anos, formadas até o ensino médio ou cursando o ensino superior. 

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eu sou

a chefe 

Bárbara Welter de Abreu, 27 anos, é formada em Engenharia de Produção, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e é uma empreendedora. Junto com seu sócio, já abriu cinco empresas. Entre erros e acertos, fundou a startup Motive, há um ano. Bárbara conta que ser líder é uma das suas grandes realizações.

 

Entretanto, mulheres ainda representam uma minoria como empregadoras. No Brasil, elas são 4.154 mil, enquanto os homens são 5.643 mil, uma diferença de 1.489 mil, conforme o Sistema de Indicadores Sociais (SIS) de 2017. 

 

Em contrapartida, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) de 2018, as mulheres são maioria da população, representam 51,7%. Além disso, de acordo com a tábua de mortalidade de 2017, os homens vivem em média até os 72 anos. Já as mulheres, até os 79 anos.

Eu sou artista

No Brasil, cerca de 56% dos estudantes que ingressaram em uma universidade acabaram desistindo no meio do caminho ou trocaram de curso no decorrer da graduação, os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). Matheus Abner de Souza, 23 anos, fez o mesmo. Há três anos, ele largou o curso de Publicidade e o trabalho, para seguir o sonho de ser artista de rua.

 

Com instrumentos de trabalho diferentes do que usaria quando se formasse, o jovem se movimenta por avenidas e ruas, transformando a rotina em um momento de distração no meio do caos da maior cidade de Santa Catarina.

eu sou a mais nova efetivada 

Luana Kreuch, 21 anos, começou como estagiária e atualmente é analista de negócios em uma agência de comunicação. Sua função é analisar os negócios dos clientes, fazer a gestão de contratos, enviar trabalhos, organizar reuniões e aprovar conteúdos. Ela acompanha todo o processo interno da agência para fazer a entrega da demanda. Iniciou o estágio há 1 ano e 5 meses e enfrenta algumas dificuldades, como falta de credibilidade e confiança. Além disso, a jornada dupla, de trabalho e estudo, muitas vezes a deixa exausta.

 

Segundo pesquisa divulgada pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), de 2019, o número de estagiários no país cresceu de 466.157, no primeiro trimestre do ano passado, para 576.983, no mesmo período deste ano, uma alta de 23,8%. Estudantes do sexo feminino são maioria no mercado, respondendo por 65% das vagas ocupadas, com taxa de contratação de 30%. 

eu sou trabalho de risco

Ewerton Granja de Araújo Rocha tem 33 anos e atua como enfermeiro há uma década. Sua profissão o expõe a agentes nocivos à saúde. Com o Laudo de Insalubridade, emitido por um médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, é possível definir o grau patogênico que o ambiente apresenta.

 

Os benefícios adicionais de insalubridade são determinados pelo Ministério do Trabalho e assegurados pela Norma Regulamentadora nº 15. Conforme o nível de insalubridade, que varia entre mínimo, médio e máximo, a porcentagem atribuída ao valor recebido pelo funcionário será diferente e baseada em seu salário.

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eu sou aposentado

Walter Orthmann, 97 anos, é aposentado e trabalha há 81 anos na mesma empresa, em Brusque, Santa Catarina. Orthmann conta sobre a sua jornada e a rotina de trabalho na fábrica. O aposentado é o funcionário mais antigo do mundo, sendo reconhecido pelo Guinness World Records, o livro dos recordes. Além disso, possui a maior honraria da Justiça do Trabalho no Brasil.  

As aposentadorias correspondem a 58% dos benefícios pagos pela Previdência. Ou seja, são 20,3 milhões de aposentadorias pagas todo mês no Brasil, das quais 10,7 milhões são por idade — para quem se aposentou aos 65 (homens) ou 60 anos (mulheres) —, 6,3 milhões por tempo de contribuição — quem se aposentou depois de contribuir por 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres) — e 3,3 milhões por invalidez.

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